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Dia do Apicultor reforça a importância das abelhas para a produção de alimentos

Neste dia 22 de maio comemora-se o Dia do Apicultor. No Distrito Federal, há 80 apicultores cadastrados na Emater-DF, que em 2019 produziram 13,8 toneladas de mel, além de outros derivados como o própolis, cera e pólen. Essa atividade tem sido aliada às práticas agrícolas, trazendo benefícios a todos os envolvidos. Enquanto as abelhas conseguem o néctar e o pólen necessários para se alimentarem e produzirem o mel, a agricultura se beneficia da polinização, que amplia sua produtividade e garante frutos com mais qualidade e, consequentemente, maior valor de mercado.

Segundo o extensionista rural da Emater-DF Carlos Morais, as abelhas com ferrão possuem enxames de 70 mil a 90 mil indivíduos, em média, e produzem de 30 kg a 40 kg de mel por caixa por ano em apiários fixos.

Entretanto, Morais conta que existem os apicultores de enxames itinerantes, que vão em busca de maiores produtividades transportando as abelhas em caminhões para áreas com floradas variadas, em diferentes épocas do ano, podendo conseguir 80 kg a 100 kg de mel por ano, por colmeia.

“São criadores de enxames itinerantes que alugam os serviços de polinização das abelhas para os produtores de frutas cítricas, melões, maçãs, peras, café, hortaliças e algodão, por exemplo. Mas essa prática é mais comum em locais com grandes áreas de cultivo, como em São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e um pouco no Paraná”, diz Morais.

Segundo artigo publicado na revista internacional Apidologie, foram identificados os polinizadores de 75 culturas agrícolas brasileiras. Esses polinizadores estão distribuídos em 250 espécies de animais, sendo que 87% são abelhas, de diversas espécies.

A apicultura


Antes de começar a criar abelhas é importante definir toda a estratégia de trabalho. Identificar os objetivos da atividade – se será por hobby ou trabalho profissional – e a partir daí fazer um planejamento.

Segundo o extensionista Carlos Morais, para criar abelhas é fundamental conhecer o inseto. O produtor não pode ser alérgico ao veneno e precisa montar o local de cultura a uma distância de 300 metros a 500 metros de residências, de locais com animais domésticos e de estradas.

“Buscar toda e qualquer informação é fundamental. Livros, revistas, pesquisas científicas, sites na internet darão uma visão inicial. Deve-se procurar outros apicultores, informar-se, saber da atividade, conhecer apiários já instalados, certificar-se de como são apiários já em produção e como os apicultores lidam com seus apiários. Essas visitas vão ajudar a sanar dezenas de dúvidas para o iniciante na atividade”, explica Morais. A Emater-DF pode contribuir com a assistência técnica e no contato com demais produtores da região.

Segundo Bastos, o mel produzido no DF tem como vantagem em relação aos das outras regiões o teor menor de umidade. O preço médio do quilo do produto custa R$ 45 e, neste período de pandemia, o própolis também tem sido muito procurado.

Morais explica que as abelhas produzem própolis para sua defesa e proteção de crias, a partir de resinas e seivas das plantas. “Aqui no Cerrado elas utilizam principalmente o alecrim do campo e produzem o melhor própolis do país – o própolis verde. Criadores em outras regiões estão cultivando essa planta especialmente para a produção de própolis”, conta.

Além dos produtos provenientes das abelhas, a apicultura gera emprego na fabricação de caixas, vestimentas, utensílios para o manejo na criação, equipamentos industriais para processamento, embalagem, transporte e comercialização dos mais variados produtos. “O mel e seus derivados fazem parte de uma extensa cadeia produtiva. Os produtos são utilizados para alimentação, estética, para fabricação de medicamentos, entre outros”, explica Morais.

Meliponicultura

Uma alternativa à abelha melífera são as abelhas nativas sem ferrão, como os meliponíneos. Essas abelhas são mais eficientes polinizadoras do que a exótica Apis mellifera (que tem ferrão) para grande parte das plantas cultivadas.

Na região do Lago Norte, um grupo de produtores vem investindo na criação de abelhas indígenas sem ferrão como alternativa de atividade produtiva aliada à preservação ambiental. As abelhas Jataí polinizam até 90% das árvores e flores nativas da região e produzem um mel de maior valor agregado que o de abelhas com ferrão.

Além de a abelha indígena ter maior potencial como agente polinizador das flores que não são polinizadas pelas abelhas com ferrão, a espécie não é agressiva, o que facilita seu manejo. A Jataí (Tetragonisca angustula) produz um mel com maior umidade, menos denso, com sabor e aroma diferentes.

A produtividade das abelhas Jataí é de 0,5 kg a 1,5 kg de mel por caixa de abelha por ano, quantidade baixa se comparada à produção da abelha com ferrão. Entretanto, enquanto o mel da abelha com ferrão custa em média R$ 45 o quilo, o das abelhas nativas varia de R$ 60 a R$ 120 o quilo.

“A criação das abelhas é apenas a ‘cereja do bolo’. Ela está associada também à preservação ambiental e à produção de frutas no Cerrado, já que as abelhas têm importante papel na fruticultura”, diz Carlos Morais.

Trabalho premiado

Com auxílio do escritório da Emater-DF do Paranoá, um projeto sobre criação de abelhas sem ferrão, nascido de uma roda de contação de histórias na área externa do Centro de Educação Infantil Tia Nair, Unidade I do Paranoá, foi premiado pela Regional de Ensino do Distrito Federal.

Quando a atividade começou, as abelhas que passavam pelo local chamaram atenção das crianças. Foi então que uma enxurrada de perguntas dos alunos sobre a existência das abelhas terminou com a escola sendo campeã do projeto pedagógico de 2019 na região.

Sem conseguir responder aos questionamentos das crianças com faixa etária de 4 anos, as professoras tiveram a ideia de buscar o auxílio da Emater-DF. “Foi na Emater que aprendemos mais sobre as abelhas. Até então, só sabíamos que as abelhas produzem mel. Aprendemos ainda a diferenciação entre as abelhas que picam e as que não picam”, contou a professora Jaqueline Oliveira.

O extensionista Carlos Morais, que atua no escritório da empresa na região, explicou às professoras sobre o importante papel das abelhas na polinização, os tipos de abelha que não trazem riscos, como funciona a produção do mel, os benefícios das abelhas na sociedade e diversas outras questões. Ele também foi até a escola, ensinou as crianças a confeccionar iscas com garrafa pet, papel plástico e cera de abelha, com intuito de começar a fazer uma colmeia.


Com todo esse trabalho desenvolvido, apostaram na proposta das crianças dentro do projeto pedagógico da Regional de Ensino do Distrito Federal com o tema da meliponicultura, que é a criação de abelhas sem ferrão. O projeto foi escrito e enviado à Regional, que aprovou a proposta e foi um dos escolhidos para exposição no CAIC do Paranoá, concorrendo com todas as escolas das áreas rurais e urbanas da região.

Fonte: Emater-DF

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