Produtores do Distrito Federal e de cidades de Goiás e Minas Gerais participaram, nesta quinta-feira (24), do 15º Encontro de Piscicultores do Distrito Federal e Entorno. O evento contou com a participação de 85 piscicultores e técnicos inscritos para o ciclo de palestras e troca de experiências sobre a produção de pescados.
O secretário executivo de Agricultura do Distrito Federal (Seagri-DF), Luciano Mendes, explicou que está sendo feito um grande esforço para incentivar a cadeia da piscicultura no DF. Ele ressaltou que também está sendo feita a captação de recursos, junto ao Governo Federal, para estruturar a Granja do Ipê, com o objetivo de capacitar os produtores, além de um espaço de comercialização nas Centrais de Abastecimento (Ceasa). “Também estamos organizando, na Ceasa, um espaço de comercialização para os pescados do DF e da Ride. Estamos retomando isso com força total e esperamos lançar ainda esse ano”, afirmou.
A produção anual de pescados do DF é de cerca de 1,5 mil toneladas, sendo que a criação de tilápias responde por mais de 90% do total. Brasília é o terceiro maior mercado consumidor do Brasil, perdendo apenas para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Na capital do país, o consumo per capita é de 14 quilos por ano, muito acima da média nacional, que é de 9,5 quilos por habitante.
A presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, destacou a importância do setor na capital e na Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (Ride). “Apenas 15% da demanda do DF é atendida pelos nossos produtores. Os 85% restantes vêm de outros estados e países. Temos um espaço enorme para crescer e o fortalecimento da cadeia produtiva da piscicultura é uma diretriz do governo Ibaneis. A Emater está de portas abertas para fazer isso acontecer”, finalizou.
O coordenador da área de piscicultura da Emater, Adalmyr Borges, destacou a necessidade de se mapear a cadeia produtiva do DF e Entorno. Segundo ele, a medição permite a obtenção de dados, não apenas do número de produtores, mas também a elaboração de um diagnóstico da produção e das condições de cada propriedade. Hoje, de acordo com registros dos órgãos do setor agropecuário, o DF tem entre 420 e 470 piscicultores.
Para realizar esse levantamento, o GDF formou um grupo de trabalho que envolve diversos órgãos ligados ao setor produtivo, como a Emater, Embrapa, Secretaria de Agricultura e a Ceasa.
Produtor de tilápia, tambatinga, tambaqui e surubim há 25 anos, Divino Augusto Neto, que esteve no evento, afirmou que é muito importante essa troca de aprendizado entre técnicos e outros piscicultores. “De tudo que a gente participa, sempre tem alguma coisa para aprender. Cada palestrante tem uma visão e conhecimentos a serem difundidos. Eu vim mais para debater a parte da comercialização. Aqui no DF tem muito espaço para crescimento, mas o problema é que tem muito mercado de fora aqui”, apontou.
Selo BPA da piscicultura é lançado durante o evento
O evento contou com o lançamento do Selo Boas Práticas Agropecuárias (BPA) de Piscicultura. Esse programa foi criado com o auxílio da cadeia e busca elencar as propriedades que possuem a melhor estrutura, qualidade de produção, qualidade de vida e saúde do produtor rural, ressaltando a boa produção do DF, além de melhorar a qualidade do produto e disponibilizar para o produtor rural da piscicultura os benefícios do programa.
Segundo a coordenadora do programa de Boas Práticas Agropecuárias da Secretaria de Agricultura, Lara Line, existem muitas vantagens para o produtor rural que obter o selo BPA como prioridade nos espaços de comercialização da Ceasa, no atendimento aos processos de regularização fundiária, acesso ao Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), financiamento para aquisição de máquina, implemento e caminhões e outras vantagens nos serviços prestados tanto pela Emater, Ceasa e Seagri.
“Outra grande vantagem é o direito de usar o selo de identificação das Boas Práticas Agropecuárias nos rótulos dos produtos. Isso identifica para o consumidor que aquele produto tem qualidade”, explicou a gerente de BPA na Seagri, Lara Line.
Além da parceria entre a Emater-DF e Secretaria de Agricultura, o evento na Granja do Ipê teve o apoio da Rações Nutrina e da Aquamat/GeoSoluçōes.
Fonte: Seagri